A cidade da Covilhã, detentora de uma magnífica localização no coração da Serra da Estrela, tem na lã o elemento central da sua identidade urbana. Este roteiro de 48 horas atravessa as memórias duradouras da Covilhã, Cidade-Fábrica, assim como os projectos mais desafiantes, inspirados na lã, e com vista sobre o futuro. O passado e o futuro entrelaçados.
A montanha é o principal atributo da cidade, localizada no coração da Serra da Estrela entre as ribeiras de Carpinteira e Goldra, que eram tão importantes para a indústria da lã. A Universidade, reestruturada na era contemporânea, a par da indústria dos lanifícios moldaram o seu perfil social e histórico, criando um forte imaginário. Estas são as pedras angulares da cidade.
A origem da produção de lã na Covilhã pode ter começado no seio da comunidade judaica, bastante numerosa durante a Idade Média. A Covilhã transforma-se assim num centro de produção de lã graças às ribeiras da Carpinteira e de Goldra que forneciam água para o tratamento de lã, mantendo viva a tradição do pastoreio. Em 1681, D. Pedro II, Conde de Ericeira, abre a Fábrica-Escola sobre a ribeira da Carpinteira, a antiga Fábrica d’el Rei D. Sebastião, mais tarde denominada “Fábrica Velha”.
No âmbito da reforma realizada pelo Marquês de Pombral, no século XVIII, a Real Fábrica de Panos da Covilhã foi fundada sobre as pedras do demolida muralha medieval, junto à ribeira de Goldra.
As primeiras máquinas de tecelagem Jeacquard foram colocadas em 1683 na Covilhã; em 1884, é fundada a Escola Industrial Campos Melo e, em 1891, é comemorada a chegada da ligação ferroviária à Covilhã que foi determinante para o incremento da indústria dos lanifícios e da procura turística para tratamentos de tuberculose e desportos de montanha.
A indústria da lã era a principal atividade da economia local e a paisagem tornou-se “industrializada”. Consequentemente, a cidade começou a crescer tanto dentro como fora e muitas casas foram reconstruídas, transformando a Covilhã uma cidade única em termos de evolução urbana, como nenhuma outra cidade em Portugal, preservando essa identidade, até a década de 70 do século XX.
No século XXI, há a necessidade de lançar um novo olhar sobre a cidade, através da recuperação do património industrial da arquitectura da cidade e da ligação entre as ribeiras de Goldra e Carpinteira rio através de pontes pedonais.
O extraordinário trabalho do arquitecto João Luís Carrilho da Graça e dos engenheiros António Adão da Fonseca e Carlos Quinaz – a ponte pedonal sobre a ribeira da Carpinteira – nasceu dessa visão. Este trabalho foi premiado na 7ª Bienal Ibero-Americana de Arquitectura e Urbanismo como um dos melhores trabalhos de arquitectura da América Latina, Portugal e Espanha. Foi também premiado pelos Prémio Globais AIT (2011) e foi considerada um dos “World’s Coolest Design Destination” pela prestigiada revistaTravel & Leisure. A ponte sobre a ribeirda da Carpinteira foi também nomeada para os prémios Mies van der Rohe.
A Covilhã oferece aos seus visitantes inúmeros elevadores, de forma a permitir a descoberta de toda a cidade a pé. Estes elevadores rapidamente se converteram numa atracção arquitectónica da cidade, proporcionando um novo olhar sobre a singularidade quer da Covilhã, quer da fascinante região envolvente.
Longínquos são os dias em que as paredes de casas antigas ou de armazéns vazios se cobriam de um melancólico cinzento. Artistas provenientes de Portugal e do resto do mundo transformaram a região numa enorme tela, convertendo as influências da natureza e da vida das comunidades locais em obras-primas únicas de grande escala. Uma enorme vantagem não só para os visitantes, mas também para os fãs da arte urbana e para os habitantes dessas cidades. O epicentro desse movimento de arte urbana é a cidade da Covilhã, situada no sopé da Serra da Estrela. Diversos motivos de arte urbana foram inspirados pelo glorioso passado da Covilhã, quando a cidade era o centro da indústria dos lanifícios em Portugal: ovelhas e teares, pastores e lã dominam as obras artísticas em inúmeras fachadas. WOOL é o nome do 1º festival de arte urbana no Centro de Portugal, organizado todos os anos desde 2011 na Covilhã com o profundo empenho de inúmeros voluntários da cidade. A força motriz do festival é Lara Seixo Rodrigues, que nasceu na Covilhã e se licenciou em arquitectura em Lisboa. Cedo se firmou como uma perita em arte urbana, reconhecida internacionalmente. O Festival WOOL honra o passado glorioso da Covilhã como uma cidades de lanifícios mais importantes em Portugal.
DistânciasDos aeroportos portugueses🚗 Aeroporto LIS ➔ Covilhã - 272 km🚗 Aeroporto OPO ➔ Covilhã - 260 kmDe Espanha🚗 Salamanca ➔ Covilhã - 204 km🚗 Ourense ➔ Covilhã - 365 km🚗 Vigo ➔ Covilhã - 397 km🚗 Valladolid ➔ Covilhã - 322 km🚗 Madrid ➔ Covilhã - 416 km