Nunca percebemos por que motivo o célebre fado da cidade diz que Coimbra tem mais encanto na hora da despedida. É exactamente o oposto. Enquanto nos aproximamos desta cidade encantadora debruçada sobre o Mondego, é possível sentir a História em todo o seu esplendor indizível.
A Universidade de Coimbra, a Alta e a Sofia foram classificadas Património da Humanidade pela UNESCO. Nas palavras do Reitor da prestigiada Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva:"a decisão da UNESCO sublinha o valor universal da cultura e da língua portuguesas, assim como o papel determinante de Portugal na formação do mundo, como o conhecemos." Coimbra torna-se, assim, o 15º local em Portugal, classificado como Património da Humanidade pela UNESCO.
Situada numa colina com vista para a cidade, a Universidade de Coimbra, com suas faculdades cresceu e evoluiu ao longo de mais de sete séculos dentro da cidade velha. Edifícios universitários notáveis incluem a catedral de Santa Cruz do século XII e um número de faculdades do século XVI, o Paço Real da Alcáçova, que passou a abrigar a Universidade desde 1537, a Biblioteca Joanina, com a sua rica decoração barroca, o Jardim Botânico e a Imprensa da Universidade do século XVIII, bem como a grande "Cidade Universitária", criado na década de 1940.
Quando num só espaço se reúnem um tesouro literário de valor incalculável e a opulência da arquitectura e das artes do início do século XVIII, o resultado é uma das mais espectaculares e originais bibliotecas barrocas europeias.
Na Biblioteca Joanina descobrem-se mundos dentro de mundos; aqui, tudo é saber, e a arte convida à descoberta. Os milhares de obras que compõem a biblioteca repousam num espaço opulento de beleza e exotismo, onde a riqueza dos tectos pintados se harmoniza com as balaustradas e estantes fabricadas com folha de ouro e madeiras dos trópicos. Aprecie a erudição das preciosidades encadernadas que aqui são resguardadas pela magnificência do barroco joanino.
Não perca a oportunidade de visitar a Sala dos Capelos, a sala principal da Universidade de Coimbra, e a Capela de São Miguel, uma pérola do estilo manuelino.
O Museu Nacional Machado de Castro é um ícone da cidade de Coimbra que, após um longo período de renovação, abriu as portas de todos os seus espaços expositivos ao público.
O grande pátio, dominado pela loggia quinhentista que exerce uma grande atração sobre quem passa neste ponto da cidade, é um exemplo impressivo de sobrevivência da carga simbólica de um lugar. Ele foi centro administrativo, político e religioso na época romana, foi templo cristão, pelo menos desde o séc. XI, paço episcopal a partir da segunda metade do séc. XII, museu desde 1911. É, por isso, um dos lugares mais complexos e aliciantes da cidade.
Fundada durante o reinado de Afonso Henriques, a Sé Velha de Coimbra representa, na sua monumentalidade, a grandeza austera da arquitectura românica. Considerada uma jóia do Românico português, é a única catedral portuguesa construída na época da Reconquista cuja estrutura chegou intacta até à actualidade.
Vale a pena atravessar o magnífico portal, que lembra a entrada de uma fortaleza, e descobrir o interior, onde a pedra construiu um espaço imponente marcado pela alternância de luz e sombras, levando-nos por entre colunas maciças e delicados capitéis repletos de folhas e figuras de animais.
O Museu da Ciência da Universidade de Coimbra é um museu interactivo que pretende proporcionar aos visitantes de todas as idades um ambiente de entretenimento para, assim, descobrir a ciência. O Museu apresenta as colecções da Universidade de objectos científicos e de instrumentos, assim como diversas exposições interessantes e experiências hands-on. A suas exposições temporárias, as visitas guiadas, os workshops e as reuniões informais tornaram-se muito conhecidos e populares entre o público.
No dia 18 de Maio, o novo Gabinete das Curiosidades irá abrir as suas portas no Colégio de Jesus. Trata-se de uma recriação realista de um gabinete de curiosidades do século XVIII, apresentando "o mundo inteiro num só local". Um lugar que vibra de exotismo num universo quase mágico.
O Jardim Botânico ocupa uma parte considerável dos fundamentos do Colégio de São Bento, que havia sido entregue à Universidade de Coimbra, passando por uma grande remodelação que data do tempo das reformas pombalinas (1774).
Em 1854, o engenheiro Pezerat apresentou seu projeto para uma estufa (que ainda existe), marcando um avanço tecnológico no uso de ferro e vidro na arquitetura em Coimbra. Este edifício foi concluído em 1865. As obras, realizadas entre 1944 e 1949, envolveu a adição de uma fonte na praça central, bancos de pedra, uma estufa fria e a renovação das vias entre as várias seções do jardim e da área arborizada.
Anozero - Bienal de Arte Contemporânea de CoimbraDiana Policarpo examina politicas de género, estruturas económicas, saúde, relações interespécies, através de uma investigação especulativa transdisciplinar. «Visions of Excess» é um poema sonoro imersivo que explora a figura da Deusa em vários rituais, símbolos alternativos e estruturas mitológicas. Se, por um lado, este se apropria da Estufa Fria, por outro, contamina-a, transformando-a temporariamente num espaço que desafia e mina os sistemas patriarcais de opressões.
Enquanto em Coimbra, deve visitar o Convento de Santa Clara-a-Nova, onde se encontra o túmulo da Santa Rainha, Isabel de Aragão, a Santa Padroeira de Coimbra. O túmulo foi esculpido em 1330 pelo Mestre Pêro num único bloco de pedra calcária. A representação de Santiago de Compostela, que pode ser encontrada num dos nichos, assim como o bastão do peregrino e a bolsa de esmolas, esculpida na estátua deitada, testemunham o seu papel de Peregrina de Santiago de Compostela.As Festas da Rainha Santa têm lugar em Julho, em anos pares. São o maior sinal de devoção da cidade para com a sua Santa Padroeira. A Rainha Isabel de Aragão, casada com o Rei D. Dinis, dedicou a sua vida a ajudar pessoas pobres e também a realizar milagres. O milagre mais famoso ficou conhecido como o "milagre da rosa". Quando perguntada pelo Rei D. Dinis o que trazia no colo, ela disse "Rosas, Senhor". Mas ela carregava pão para distribuir aos pobres. Ela alegadamente transformou o pão em rosas. É por isso que durante as Festas da Rainha Santa, há pétalas de rosa a voar, numa bela homenagem ao seu papel de grande benfeitora.
Anozero - Bienal de Arte Contemporânea de CoimbraVisitas mediadas por @jorge.cabrera.art que envolvem a história do lugar, o eixo de curadoria e as obras da exposição do Anozero'21-22 no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova. Todos os Sábados às 15:00, sem necessidade de agendamento.