Não há outra cidade no Centro de Portugal tão plena de símbolos fascinantes como Tomar. Há múltiplas camadas de História, passagens secretas, ritos ancestrais e uma linha muito ténue entre o sagrado e o profano. Este roteiro, concebido pelo prestigiado Professor Carlos Trincão, atravessa um Tomar mágico, como nunca o viu antes.
Situada no antigo largo das 5 igrejas, a Igreja de Santa Maria do Olival foi a única igreja que restou, sendo a igreja mais antiga de Tomar. Esta praça fora erigida sobre o Sellum, o Fórum Romano.
Esta igreja foi construída sobre um antigo templo Visigodo e reconstruída no século XIII. Escavações recentes revelaram a existência de um túnel que, de acordo com a sabedoria popular, era o túnel secreto que ligava o castelo templário à igreja.
No interior, podemos observar a estrela de 5 pontas de David, assim como uma roseta de 5 pontas. Ao entrar na igreja, encontramos 8 degraus e 2 filas de 4 arcos (8 arcos, no total), o que evidencia a importância do número 8, símbolo do infinito.
No século XVI, os testemunhos do legado templário foram destruídos, nomeadamente os túmulos dos mestres templários, a mando do frade Jerónimo, incumbido por D. João III de "reformar" a Ordem dos Templários. Uma coincidência "útil".
A Igreja de Santa Maria do Olival era considerada a catedral de todas as terras descobertas pelos Portugueses. Uma das imagens das santas está a segurar uma chave nas mãos. O que abre essa chave?
Situada na ilha fluvial do Mouchão, à entrada de Tomar, esta imensa roda hidráulica constitui uma herança do período de domínio árabe. Construída em madeira nas margens do rio Nabão, a roda do Mouchão era usada na rega dos campos agrícolas. Um exemplo notável de engenharia pioneira.
Na Rua dos Açougues, designadamente na actual sede da Sociedade Filarmónica Nabantina, encontramos a antiga residência de D. Ângela Tamagnini que defendeu, intrepidamente, Tomar das invasões napoleónicas.
O edifício que é hoje sede da Assembleia Municipal de Tomar era a residência do grande arquitecto João de Castilho que liderou as obras de construção do magnífico Convento de Cristo, por ordem do Rei D. Manuel I. A sua belíssima janela de canto foi classificada Monumento Nacional.
Este era o epicentro do denominado "Círculo Protector de Tomar" com São João Baptista no centro e os 4 conventos da cidade em cada ponto cardeal.
A Igreja de São João Baptista é especialmente impressionante, repleta de símbolos fascinantes. A torre da igreja tem 3 formas: quadrangular, octogonal e piramidal, à medida que vamos olhando para cima.
A pia baptismal tem o símbolo do sol e da lua, representando religiões opostas. As pinturas da igreja da autoria de Gregório Lopes merecem especial atenção, sobretudo a pintura que retrata as religiões monoteístas que partilham o mesmo Deus: judaica, cristã e muçulmana.
A Sinagoga de Tomar beneficia de uma localização altamente simbólica, no centro exacto da Rua Joaquim Jacinto, antiga Rua Nova. Na Judiaria, merecem especial atenção as portas de fecho nas entradas da rua, os capitéis das colunas e a ligação interna entre as casas da rua.
Na zona da actual Rotunda da Ponte Nova, antigo centro cívico de Tomar, podemos contemplar os vestígios dos fantásticos "estaus", ancestrais hospedarias ou estalagens, mandadas erigir pelo Infante D. Henrique, no primeiro quartel século XV. Cada um deles possuía uma bonita arcaria gótica composta por arcos ogivais e formando, no seu interior, uma galeria.
Era, também, neste espaço que funcionava o antigo bazar judeu, ficando os mercadores abrigados no espaço das galerias, sob as arcadas.
O castelo de Almourol é considerado o mais belo castelo de Portugal, detentor de uma localização magnífica numa ilhota no meio do rio Tejo.
Reza a lenda que o gigante Almourol vivia num castelo com o mesmo nome, numa pequena ilha. Era marido da gigante Cardiga e dessa união nascera Taco que, desafortunadamente, morreu afogado em águas profundas. A aldeia de Tancos advém, supostamente, do nome Taco.