A abundância de gado lanígero e o curso das ribeiras de Carpiteira e Degoldra deram à Covilhã as condições necessárias para o sucesso da indústria têxtil. Desde os primeiros anos da independência portuguesa que aqui se trabalha a lã, mas foi o Marquês de Pombal que, ao mandar construir a Real Fábrica de Panos da Covilhã, deu o impulso decisivo para o desenvolvimento da região. Hoje, as antigas fábricas reais deram lugar ao Museu dos Lanifícios da Universidade da Beira Interior, um lugar onde ainda se podem encontrar as máquinas, as técnicas e as vivências que fizeram dos lanifícios da Serra da Estrela um dos mais interessantes casos de sucesso da indústria portuguesa.
Fundada pelo Marquês de Pombal em 1764, a Real Fábrica de Panos da Covilhã iniciou um período de intensa prosperidade na economia local. O monumental edifício primava, então, pela inovação tecnológica, e a fábrica associava-se à qualidade dos produtos e da formação de aprendizes. Durante anos este espaço laborou intensamente, até que em 1822 a Real Fábrica era encerrada. Os quatro grandes edifícios pombalinos da manufactura foram inicialmente destinados a funções militares, mas anos depois foram definitivamente encerrados.
A produção de lanifícios e tecidos continuou ao longo do século XIX em pequenas fábricas particulares, entre as quais se destacou a Real Fábrica Veiga que, de uma pequena oficina de tinturaria fundada em 1784, passou a sede de um complexo com cerca de vinte unidades fabris espalhadas pelos concelhos de Covilhã e Fundão.
A abundância e o crescimento do início do século XX foram dando, progressivamente, lugar ao declínio desta florescente indústria. As fábricas foram fechando e os edifícios sendo abandonados, até que em 1975 a Universidade da Beira Interior se instalou na antiga Real Fábrica de Panos da Covilhã, dando uma nova vida à antiga história da cidade.