O projeto tem como principal objetivo tornar o arquipélago das Berlengas num exemplo de turismo sustentável e desenvolvimento económico responsável, através da integração de todas as atividades económicas com os incríveis valores naturais existentes.
Em relação às gaivotas-de-patas-amarelas, o ICNF esclareceu que todos os anos é feito um controlo de ovos na ilha, sendo destruídos cerca de 60 000 ovos anualmente. Já se começa a notar um decréscimo na população das gaivotas na ilha, o que não significa que elas não possam estar a nidificar noutros locais.Salientou-se ainda que o life Berlengas irá ajudar a tirar dúvidas nesse sentido, uma vez que está previsto monitorizar gaivotas, ou seja, serão colocados pequenos aparelhos nas aves, que irão permitir saber para onde estas se deslocam e onde se alimentam.
O projecto assegurou que existe uma preocupação com estes aspectos, esperando contribuir para uma melhor gestão a visitação, através de uma cuidadosa monitorização nos próximos dois anos e a realização de workshops para conhecer em maior profundidade esta questão.
A parceria, que junta a SPEA, o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, a Câmara Municipal de Peniche e a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, prevê assim aliar desenvolvimento sustentável, turismo responsável e conservação dos valores naturais da Reserva Natural das Berlengas num exemplo de gestão de uma Área Protegida.
A SPEA é uma Organização Não Governamental de Ambiente que trabalha para a conservação das aves e dos seus habitats em Portugal. A SPEA faz parte da BirdLife International, uma aliança de organizações de conservação da natureza em mais de 100 países, considerada uma das autoridades mundiais no estudo das aves, dos seus habitats e nos problemas que os afectam.
Atualmente uma das prioridades tem sido a remoção de chorão na ilha da Berlenga, tarefa que irá se prolongar ao longo dos próximos anos. Esta ação irá contribuir para que a flora nativa da ilha possa recuperar gradualmente. Neste âmbito, a equipa do projeto aproveitou a ação de remoção de chorão e escreveu numa das encostas da ilha “life+ Berlengas”, com o intuito de suscitar a curiosidade acerca do projeto a todos aqueles que a visitam.
Paralelamente estão a decorrer várias ações de monitorização de fauna e flora, que pretendem proceder ao controlo de outras espécies invasoras, como os ratos e os coelhos. Estas medidas levarão por sua vez a uma melhoria das condições naturais do habitat para as espécies nativas. Joana Andrade diz ainda que «o objetivo é também restaurar o equilíbrio ecológico, além da implementação de um plano de gestão eficaz que compatibilize as diferentes atividades que se desenvolvem no seio daquela reserva natural».