A revolucionária Sinfonia nº 6e m Fá Maior, opus 68 de Beethoven, presta homenagem ao futuro. E ao imparável poder da criação.
Inspirada pela revolucionária Sinfonia nº 6em Fá Maior, opus 68 de Beethoven, a primeira edição de 2024 do Togetherness presta homenagem ao futuro. E ao imparável poder da criação.
A 6ª Sinfonia de Beethoven foi composta entre 1806 e 1808, ainda que tenham sido encontrados esboços do trabalho nos livros de notas que remontam a 1802. O próprio título da sinfonia deu algum trabalho ao compositor: inicialmente, pensou em denominá-la "Sinfonia Característica ou Memórias da Vida Campestre". Depois pensou no nome "Sinfonia Pastorella", acabando por escolher a designação que conhecemos hoje em dia: "Sinfonia Pastoral". Uma experiência única da composição beethoviana, uma vez que o conceito desta sinfonia se centra no movimento de utilização da denominada "música pura" para expressar realidades e conteúdos extra musicais.
No entanto, este conceito não deveria ser associado à música programática. Em sentido estrito, não existe qualquer texto ou programa literário que contextualize o desenvolvimento musical. A música pastoral não conta uma história. O próprio Beethoven afirmava que "a descrição é totalmente inútil", uma vez que a música era "mais uma expressão de sentimentos do que um quadro". Esta afirmação explícita e conscientemente liga Beethoven ao romantismo, fazendo-o reconhecer que a arte musical só se pode referir ao mundo enquanto existência sónica. Na Pastoral, as "impressões do campo" pertencem ao compositor que as transfigura e elabora em realidades musicais. Não há qualquer descrição na Pastoral. Ao invés, há evocações de impressões pessoais que são conscientemente processadas e sublimadas em linguagem musical.
Tal como na "Sinfonia Pastoral", trata-se de expressar emoções, lendo o mundo à nossa volta com o coração. Convidamo-lo a descobrir o Centro de Portugal e todos os seus destinos fascinantes, repletos de charme bucólico.
O primeiro andamento da Sinfonia Pastoral de Beethoven é "Allegro ma non troppo", retratando o despertar de sentimentos de contentamento ao chegar ao campo. Esta sinfonia é um hino de gratidão à Natureza. Uma declaração de Amor ao mundo natural. No Centro de Portugal, há inúmeros locais que evocam estes sentimentos de deleite. O alojamento singular Chão do Rio, no coração do Parque Natural da Serra da Estrela, é pura felicidade.
Localizado em Travancinha, a 12 km do Parque Natural da Serra da Estrela, o Chão do Rio – turismo de aldeia, oferece uma experiência de alojamento sustentável. Na sua quinta de 8 ha, a natureza é acarinhada e desfrutada pelos hóspedes.
As 7 confortáveis casas em pedra com telhados de colmo estão dispostas em torno da piscina biológica, construída para se assemelhar às lagoas da serra da Estrela. Os géneros para o pequeno-almoço são servidos em cestos e incluem especialidades regionais.
Os hóspedes são encorajados a explorar os trilhos das proximidades a pé ou nas bicicletas disponíveis gratuitamente. As crianças podem divertir-se com carros-de-mão, apanhar os ovos do galinheiro amovível, alimentar as ovelhas "Serra" e "Mel", mergulhar com as rãs, ou apenas brincar livremente e em segurança.
O segundo andamento da Sinfonia Pastoral de Beethoven é "andante molto mosso", retratando uma cena junto ao lago. Tem início com os instrumentos de corda a interpretar um trecho que mimetiza a água a correr.
A água é energia e, ao mesmo tempo, veículo de paz interior. da costa atlântica ao interior ao longo das paisagens e dos habitats mais díspares, habitados por uma profusão de espécies botânicas e animais fascinantes. Estes miradouros são um portal perfeito para um recanto mais tranquilo. Onde podemos desligar verdadeiramente e gozar o luxo de estar offline. Junto à água. A Pateira de Fermentelos é um desses locais mágicos.
A Pateira de Fermentelos é conhecida como a lagoa encantada ou a lagoa adormecida, situada no concelho de Águeda, a apenas meia hora de Aveiro. Assume-se como uma das maiores lagoas naturais da Península Ibérica, detentora de uma fauna e flora profundamente ricas. Ocupa uma área de superfície e profundidade variáveis, de acordo com as estações do ano, num máximo de 5 km quadrados ao longo dos concelhos de Águeda, Aveiro e Oliveira do Bairro, antes da confluência com o Rio Águeda.
O nome pateira advém da profusão de patos, tão típica da região do Rio Vouga e seus afluentes.A Pateira de Fermentelos possui uma fauna e flora imensamente diversificadas - incluída na Rede Natura 2000 - que abraça águas abertas e a vegetação alagada das margens e linhas, dominam os habitats do caniço (Phragmites communis), da tabúa (Typha sp.) e do bunho (Scirpus lacustris). Um facto menos conhecido é que nas zonas envolventes da Lagoa existem plantas carnívoras, como a Pinguicula lusitanica!
Habitada por mais de 150 espécies de aves, esta lagoa deslumbrante é um verdadeiro paraíso para os amantes da observação de aves. As principais espécies de aves são: o garçota-comum (Ixobrychus minutus), a garça-vermelha (Ardea purpurea), o tartaranhão-caçador (Circus aeruginosus), o milhafre-preto (Milvus migrans) e o colorido guarda-rios (Alcedo atthis).Dona de uma beleza poética invulgar, a Pateira de Fermentelos é também uma Meca para os entusiastas da fotografia! Com vários recantos românticos, esta lagoa encantada pode ser um ótimo local para desfrutar de dias de descanso retemperadores, longe do stress do dia-a-dia!
O terceiro andamento da Sinfonia Pastoral de Beethoven, "Allegro", apresenta um feliz encontro de camponeses. As pequeninas aldeias do Centro de Portugal estão a atrair gerações mais novas e a ganhar uma nova vida. Estas aldeias são o epicentro de um estilo de vida sem stress. Em Portugal, celebra-se a vida com comida, à volta de uma mesa com aqueles que amamos! Alimento para o corpo e para a alma.
Na Serra do Montemuro, o conhecimento da Mãe Natureza é tão ancestral como as paisagens naturais envolventes. Os habitantes das acolhedoras aldeias sabem de cor qual a melhor altura para plantar e para colher. Os alimentos revestem-se de um significado quase sagrado, pelo que cada produto deve ser consumido no seu devido tempo. Este é o segredo de sabores absolutamente ímpares: o respeito pelo ritmo da Natureza.
As tradições alimentares da Serra do Montemuro são profundamente fascinantes. Na verdade, estas revelam muito da identidade local. Esta região é ainda uma jóia desconhecida, um local pleno de autenticidade que evoca a sabedoria ancestral e o conhecimento enraizado acerca dos meios do mundo natural. Alimento para o corpo e para a alma.
O pão regional - a broa - é o ingrediente soberano de cada mesa. Sempre pronto para todas as refeições, era comido com uma mão cheia de azeitonas, uma cebola aberta, sal e vinagre, sardinha ou até toucinho. Cozida num forno de lenha, a broa podia ser de centeio ou de milho. Mas a broa de milho é crucial.
A sopa foi desde os primórdios um elemento fundamental da mesa. Feita com algumas batatas, couve, nabiças, feijão e até toucinho. Todas as casas têm sopa para o almoço e para o jantar, sendo que esta é a base de todas as refeições. Um prato de conforto para as pessoas que trabalham arduamente nos campos agrícolas.
Nas estações gélidas do outono e do inverno, ocorre a matança do porco. Uma tradição intemporal, comum à maioria das aldeias em Portugal. Este é um ritual de cariz familiar e uma grande oportunidade para confraternizar com parentes e amigos. O porco é, na verdade, a base alimentar das famílias. Presunto, salpicão e chouriça figuram entre os produtos derivados do porco mais procurados.
O arroz de feijão e salpicão é uma especialidade de fazer crescer água na boca que goza de enorme popularidade junto da comunidade local. O restaurante da encantadora aldeia do Mezio serve esta iguaria e é difícil não repetir!
O Bolo Podre é um pão de azeite doce, à base de farinha de trigo, cozido num forno de lenha. Este é, sem sombra de dúvida, a referência gastronómica de Castro Daire. Obrigatório na Páscoa, ainda que se encontre à venda ao longo do ano, nas pastelarias locais.Embora a carne ocupe um lugar central nos hábitos alimentares locais, há algumas sobremesas a não perder, como por exemplo: a aletria, típica da Páscoa; o arroz doce; as sopas secas, também conhecidas como "a sobremesa dos pobres", uma sobremesa natalícia feita à base de fatias de pão mergulhadas em água, previamente fervida em açúcar e um pau de canela, cozidas num forno de lenha.
Tal como há séculos, as comunidades da Serra do Montemuro continuam a seguir tradições intemporais e a confeccionar receitas antigas, recorrendo aos ingredientes sazonais. O respeito solene pela Mãe Natureza torna tudo mais significativo. E mais saboroso também!
O quarto andamento da Sinfonia Pastoral, "Allegro", é a parte em que Beethoven reclama a maior instrumentação em toda a peça. Representa uma tempestade violenta com um realismo pungente. O Canhão da Nazaré é um local de tempestade interior que, no entanto, cria as ondas mais poderosas e mais belas do mundo!
O canhão da Nazaré é um desconcertante fenómeno geológico com 5.000 metros de profundidade e uma extensão de cerca de 230 km. É a causa das ondas gigantes que atraem os melhores surfistas do mundo.
As ondas gigantes também seduzem inúmeros visitantes, desejos de testemunhar in loco o poder desmedido destas ondas inacreditáveis! Cerca de 170 mil pessoas, por ano, viajam até à Nazaré para assistir a este impressionante espectáculo natural !Para se ter uma noção mais exacta, o maior edifício do mundo - o Burj Khalifa, no Dubai - tem 828 metros de altura; o Grand Canyon, por seu turno, tem uma altura de 1.828 metros e o Canhão da Nazaré detém uma profundidade de 5.000 metros no seu ponto mais profundo! O Canyon da Nazaré amplia as ondas, aumentando a sua dimensão, velocidade e poder, antes de atingirem a costa. E, teoricamente, não há limite para a altura destas ondas gigantes.
A época das ondas gigantes começa em Novembro e termina em Fevereiro. Apenas para os mais destemidos!
O quinto andamento da Sexta Sinfonia de Beethoven é o "Allegretto", retratando a alegre canção dos pastores, plena de sentimentos de júbilo e de gratidão após a tempestade. Na Serra do Montemuro, nos arredores de Viseu, é possível ser pastor por um dia e experienciar estes sentimentos felizes!
Imagina o que seria ser pastor por um dia? O município de Castro Daire criou um programa único que inclui esta experiência fantástica, ideal para os amantes da natureza e para os viajantes em busca de novos recantos e rostos. E das histórias mais incríveis.
O pacote turístico "Pastor por um dia" é um tour de 2 dias que integra a última rota da transumância, assim como outras actividades empolgantes, como por exemplo: massagens faciais relaxantes, almoços na Serra do Montemuro e visitas guiadas ao Centro de Interpretação do Montemuro e do Paiva, para além do alojamento na região.
A Última Rota da Transumância é uma rota ancestral de rebanhos e pastores que partia do sopé da Serra da Estrela. Descubra o deslumbrante património histórico e natural e uma biodiversidade ímpar no seio de um enquadramento natural arrebatador. Esta rota constitui também uma oportunidade de ouro para descobrir as iguarias gastronómicas da região.