A Lagoa de Óbidos é uma lagoa costeira que cobre uma área de 2600 hectares de 5 km de extensão e 1 km de largura, situada entre o Cabo Carvoeiro e São Martinho do Porto. Tal como qualquer outra lagoa costeira, a Lagoa de Óbidos assume-se como um sistema ambiental em permanente evolução.
Historicamente, a Lagoa de Óbidos desempenhou um papel crucial no desenvolvimento das comunidades vizinhas. A população em torno da Lagoa de Óbidos tem-se dedicado à caça, pesca, à recolha do limo, á apanha de bivalves e à agricultura. Esta zona foi sempre extremamente rica em termos de pesca. As principais comunidades piscatórias situam-se em Nadadouro, Vau, Bom Sucesso e Foz do Arelho.
A zona húmida da Lagoa de Óbidos é um sistema natural fascinante composto por diversos nichos ecológicos complexos.
O projecto BioLagoa de Óbidos foi lançado no dia 2 de Fevereiro – Dia Internacional das Zonas Húmidas – no Parque do Arelho. O principal objectivo deste projecto consiste no despertar da consciência relativamente à riqueza e à diversidade das aves aquáticas que habitam a Lagoa de Óbidos e à necessidade da sua preservação.
O Município de Óbidos e o Município das Caldas da Rainha estão a trabalhar em parceria no sentido de apresentarem uma candidatura conjunta da classificação da Lagoa de Óbidos enquanto Zona Húmida de Interesse Internacional também conhecida como a Convenção Ramsar. Portugal detém 31 sítios Ramsar.
A Lagoa de Óbidos é extremamente rica em termos de diversidade avícola. Há 175 espécies de aves identificadas. A Lagoa de Óbidos é especialmente importante para aves aquáticas de Inverno. É local de nidificação, assim como local de apoio e de paragem durante migrações.Estas aves passam a época de Inverno na Lagoa de Óbidos: o Corvo-marinho-de-faces-brancas (Phalacrocorax carbo), o Pato-real (Anas platyrhrynchos), o Borrelho-grande-de-coleira (Charadrius hiaticula ), o Borrelho-de-coleira-interrompida ( Charadrius alexandrinus ),o Tarambola-cinzenta ( Pluvialis squatarola), o Pilrito-das-praias
( Calidris alba), o Pilrito de-peito-preto (Calidris alpina), o Guincho (Larus ridibundus), a Gaivota-de-patas amarelas (Larus cachinnans) e a Gaivota-de-asa-escura (Larus fuscus).
Podem ser avistadas as seguintes espécies: Pisco-de-peito-ruivo (Erithacus rubecula), Felosa-comum (Philloscopus collybita), Pardal (Passer domesticus), Pintassilgo (Carduelis carduelis), Chamariz (Serinus serinus ), Bico-de-lacre (Estrilda astrild), Alvéola-branca (Motacilla alba), Carriça (Troglodytes troglodytes), Cartaxo-comum (Saxicola torquata), Melro (Turdus merula), Toutinegra-de-cabeça-preta (Sylvia melanocephala) e oTentilhão (Fringilla coelebs), a Garça-boieira (Bubulcus ibis) e o Abibe (Vanellus vanellus).Os flamingos migram de uma forma diferente de outras espécies, uma vez que vêm da zona do Mediterrâneo. Os flamingos (Phoenicopterus roseus) foram avistados pela primeira vez na Lagoa de Óbidos em 2002. Esta espécie migra nos meses mais frios e a Lagoa de Óbidos acolhe-os de braços abertos.