Implantada sobre um maciço rochoso, Marialva ergue-se imponente como uma povoação parada no tempo. Ocupada desde a Pré-história, foi o núcleo da tribo lusitana dos Aravos, que aí estabeleceu um castro e bravamente se debateu contra as invasões romanas. Nos primeiros anos do século II, durante as regências dos imperadores Trajano e Adriano, a povoação castreja foi conquistada, dando lugar à civitas Avarorum.
Depois de ocupada por visigodos e árabes, a povoação castreja foi conquistada por Fernando Magno em 1063, passando a ser um posto de defesa avançado da Reconquista cristã. Depois da independência, em 1179, D. Afonso Henriques doou carta de foral a Marialva, incentivando o seu povoamento, e o castelo que hoje se ergue sobranceiro no alto da povoação terá sido edificado nos anos seguintes, numa obra que seguramente se prolongou pelo reinado de D. Sancho I. Foi à sombra deste castelo inacessível que floresceu a povoação, uma das mais importantes desta região na Idade Média, onde D. Dinis fixou em 1286 uma feira, tendo sido provavelmente o Rei Trovador quem, na época, mandou construir as muralhas que ainda hoje protegem o núcleo habitacional.
Apesar do seu crescimento, Marialva entrou em progressiva decadência a partir do século XVI, tal como muitas das aldeias e vilas da Beira interior, afastadas que estavam do Atlântico dos descobridores. O seu castelo tornava-se obsoleto face às novas fortificações modernas, e a população foi decrescendo, até que em meados do século XX, quando o Estado restaurou a estrutura das muralhas e ameias, Marialva era uma ruína.
Hoje, com o seu castelo imponente, as muralhas e a sólida torre de menagem a emergirem dos penedos, Marialva destaca-se na paisagem da Beira interior, erguendo-se como uma memória dos tempos medievais.
Em Marialva, não deixe de visitar:
O castelo e os vestígios da antiga alcáçova
A Igreja de São Tiago, com portal manuelino e altares barrocos
A Capela de Nossa Senhora dos Passos
O tribunal e a cadeia, edificações do século XVII
A cidade romana de Civitas Aravorum